
Os tentilhões das Galápagos, aves que foram fundamentais para o desenvolvimento da Teoria da Evolução de Darwin, estão agora enfrentando um sério risco de extinção. Um estudo publicado recentemente no Journal of Applied Ecology aponta que, no pior dos cenários, os tentilhões podem desaparecer até 2065. Há 14 espécies de tentilhões nas Ilhas Galápagos, mas o estudo focou na mais comum delas, a Geospiza fortis.
A ameaça é causada pela mosca Philornis downsi, uma espécie invasora que chegou às ilhas nos anos 1960. As moscas depositam seus ovos nos ninhos dos tentilhões e, ao chocarem, as larvas do inseto atacam os pássaros recém-nascidos, causando lesões que provocam a morte. Apesar do problema já vir ocorrendo há alguns anos, só agora um modelo matemático foi desenvolvido para predizer o futuro dos tentilhões. Segundo o estudo, mesmo na análise “menos catastrófica” a extinção da Geospiza fortis ocorrerá antes do fim do século se nada for feito. E o mesmo alerta vale para outras espécies da ave. Os pesquisadores afirmam que é necessário reduzir a infestação dos ninhos em 40% e estudam alternativas para alcançar esse objetivo.
Foi a observação das diferenças entre os bicos dos tentilhões, que variavam de acordo com a alimentação e o habitat das populações, que levou Darwin a concluir que os pássaros começaram como uma espécie única e evoluíram para outras.