Cetebio inicia oferta de tecidos em setembro

A implantação do primeiro banco de tecidos biológicos da América Latina reuniu representantes do setor de saúde e deputados estaduais em audiência pública com os pesquisadores do Centro de Tecidos Biológicos (Cetebio). Foram apresentadas informações sobre o processo de validação técnica e metodológica para sua implantação no estado. A audiência da Comissão de Saúde aconteceu na manhã de quarta-feira (15), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
A deputada estadual Luzia Ferreira (PPS), que é autora do requerimento de solicitação da audiência, destaca que esta é uma oportunidade de conhecer os processos de validação técnica e metodológica para a implantação do Centro. “É de extrema relevância para o estado e o país a implantação do Cetebio e esta audiência vem dar visibilidade e apresentar à sociedade o quão ela será beneficiada por este empreendimento”, explica.
Luzia Ferreira destacou, ainda, a importância do centro para a saúde pública do estado e o seu pioneirismo no Brasil, por reunir vários tecidos diferentes. “O Cetebio vai preencher uma lacuna”, considerou a deputada.
A grande novidade revelada na audiência publica é que, a partir de setembro de 2011, o Cetebio deve começa a oferecer, através do Sistema Único de Saúde (SUS), peles para as vítimas de queimaduras. A informação foi trazida pela assessora de Projetos Internacionais e pesquisadora do Hemominas, Anna Bárbara de Freitas Carneiro Proietti. Ela explicou que, enquanto a sede do Cetebio está sendo construída em Lagoa Santa (Região Central), os pesquisadores já estão desenvolvendo paralelamente bancos pilotos para disponibilizar os tecidos para a população.
Serão criados bancos de sangue raros, de sangue de cordão umbilical e placentas, de medula óssea, de pele, de tecidos musculoesqueléticos e de válvulas cardíacas. Segundo Anna Bárbara de Freitas, o Cetebio, que faz parte da estrutura do Hemominas, será o maior centro público integrado de tecidos biológicos da América Latina. “Em relação ao banco do cordão umbilical, nós fazemos parte da rede mundial, que reúne os bancos de vários países, aumentando as possibilidades de tratamento dos pacientes”, explicou.
Segundo a doutora Anna Bárbara os tecidos serão utilizados a partir de demandas de médicos e serão disponibilizados na rede de hospitais do SUS. “O funcionamento será semelhante ao que acontece com o banco de sangue hoje. Os médicos verificam a necessidade e fazem o pedido”, explicou. Em relação à coleta, ela também será feita dentro dos hospitais parceiros da rede do SUS, de acordo com as determinações da Coordenação Estadual do Sistema Nacional de Transplantes.
A pesquisadora destacou que ainda existe um grande leque de pesquisas na área de implante de tecidos. “Nós acreditamos que centros como o Cetebio devem investir em pesquisas para ampliar a utilização e o alcance dos tecidos”, considerou. Ela explicou que já está previsto que o Cetebio, além de cuidar dos bancos, irá desenvolver pesquisas na área. Outra questão destacada por Anna Bárbara de Freitas é de que os doadores serão mais aproveitados já que, além dos órgãos, será possível também colher tecidos.
O centro irá oferecer para a população usuária do SUS hemácias fenotipadas raras, células-tronco hematopoiéticas, pele alógena, peças ósseas, tecidos musculares e válvulas cardíacas. Os tecidos poderão ser usados na recuperação e tratamento de pacientes com doenças como leucemia e anemia, queimaduras de alto grau, doenças degenerativas e cardiovasculares, vítimas de politraumatismo, entre outros.
Em relação ao banco de pele, a bióloga e pesquisadora da Hemominas, Flávia Marques de Mello, explicou que o único banco do Brasil se localiza em Porto Alegre. Assim, de acordo com ela, todas as peles utilizadas hoje no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, são trazidas da capital gaúcha. “O novo banco de pele irá reduzir os custos para a saúde pública de Minas Gerais”, esclareceu.
Durante a audiência a Comissão de Saúde propôs um requerimento para ser encaminhado à Anvisa solicitando rapidez na compra do equipamento ACP215 primordial para a conservação dos tecidos.
Fonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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