Gene ligado à dor crônica: descoberta confirma relação com hereditariedade

Cientistas de vários países descobriram o primeiro gene ligado à dor crônica, um mal que afeta 20% da população do planeta. Depois da descoberta, mais de 500 outros genes relacionados à dor crônica ainda precisam ser estudados.
O gene, chamado Alfa-2-Beta-3, foi identificado na drosófila, a mosca de fruta. Depois, foi estudado em ratos e, finalmente, analisado em humanos. O resultado das pesquisas confirma algo que já se cogitava anos atrás: a importância das diferenças genéticas na forma como o cérebro processa a dor crônica.
Estudos feitos com gêmeos, por exemplo, mostraram que cerca de 50% das variações na sensibilidade à dor são hereditárias. Até variações pequenas no Alfa-2-Beta-3 mostraram uma diferença grande no nível da dor sentida pelas pessoas, seja ela provocada por queimaduras ou por problemas crônicos na coluna, por exemplo.
Isso ocorre porque o gene regula a passagem de partículas de cálcio pela membrana das células. Essas partículas são essenciais para controlar a transmissão, pelos neurônios, dos sinais da dor até o cérebro.
A partir dos dados revelados pelo estudo, novos analgésicos, muito mais eficazes do que os atuais, poderão ser desenvolvidos à medida que a medicina entenda cada vez mais como a dor é levada pelas células nervosas até o cérebro. Isso é um grande avanço. Até há pouco tempo, era recorrente a ideia, principalmente entre os profissionais de enfermagem, de que o paciente deveria tolerar a dor para evitar o excesso de medicamentos que poderia torná-lo dependente – a maioria deles feita a partir de derivados do ópio, como a morfina.
No Brasil, de 50% a 60% das pessoas que sentem dores crônicas se tornam parcial ou totalmente incapacitadas para o trabalho e um em cada cinco acaba largando o emprego.
Fonte: Zero Hora

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