
Durante um ano e meio de pesquisa, desenvolvida no Brasil e nos Estados Unidos, Aguiar encontrou a ilha de processamento do RNA viral (pbodies, em inglês), ou seja, o local em que o HIV interage com a proteína viral da célula para a partir daí se replicar pelo corpo humano.
Com essa descoberta, ele conseguiu atuar no processo de proliferação do HIV, criando um efeito em que as cópias do vírus saiam da célula menos infecciosas.
“O próximo passo agora é saber se este efeito que criamos não vai ser tóxico à célula”, disse.
Caso este processo mate a célula não seria viável para a saúde da pessoa envolvida, mas se isso não ocorrer, novos medicamentos poderiam ser criados a partir deste princípio de enfraquecimento da infecciocidade do HIV depois que sai da célula.
O jovem pesquisador disse estar muito orgulhoso em ter sido premiado numa conferência em que participam vários pesquisadores internacionais, como a co-descobridora do HIV, Françoise Barré-Sinoussi.
“No Brasil temos excelentes pesquisadores, mas ainda é muito caro fazer pesquisas no Brasil. Temos que importar muitos materiais”, comentou.
Ele explicou que a possibilidade de ter feito parte da pesquisa nos Estados Unidos foi essencial, já que o custo de alguns reagentes usados em seu estudo saiu cinco vezes mais barato do que se estivesse no Brasil e fosse obrigado a importar.
Aguiar foi premiado durante a 5ª Conferência Internacional sobre Patogênese, Tratamento e Prevenção, que termina hoje na Cidade do Cabo.
Além do reconhecimento internacional, ele leva para o Rio de Janeiro um cheque no valor de dois mil dólares.
Fonte: AGÊNCIA AIDS